domingo, 15 de maio de 2011

RIO DA PIABA

Vento úmido e salino

Que desliza sobre a  face

deste,obrigado viajante

Que sem hora

Ou dia definido parte.

Diz-me de onde vem

Ou quem sabe pra onde vais ?

Ó  eterno  viajante ....

Será que te recordas

Da morena

Que habita  o agreste?

Pequena e  franzina miragem

Lava roupa  no riacho

Bebe a água  onde labuta

A mesma que  passa entre suas coxas

lindas e arredondadas

Tem cintura  que  parece um cavaquinho

Seios  firmes  esculturados

Nádegas que parecem um abil

Seus olhos...

Ah...  seus olhos,

são  negros, negros  jabuticabas

Nem pretos,   nem castanhos.

Seus cabelos compridos e negros

que parecem  panos de luto

E seus lábios... 

Ah... seus lábios...

Lábios que seriam meus

se esta nau, tão cedo não partisse...

Lábios  que desbravei,

coxas que contemplei,

corpo  que não me apropriei.

Na alheita de bombordo,

No talarbardão de vante,

sigo  o horizonte,

sonhando com dias  por  vir,

na vida deste jovem viajante

Que mesmo em terras distante

leva Rosa  em seu semblante,

Na minha saudade

toda atracação

é no porto do rio da piaba,

e toda desatracação

é  para meu porto da saudade,

pois hoje sei,

que o homem sempre volta

e  sonha com a liberdade

de poder voltar..                                                 
                                                                                                             “ Mário Chacal”

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