Que desliza sobre a face
deste,obrigado viajante
Que sem hora
Ou dia definido parte.
Diz-me de onde vem
Ou quem sabe pra onde vais ?
Ó eterno viajante ....
Será que te recordas
Da morena
Que habita o agreste?
Pequena e franzina miragem
Lava roupa no riacho
Bebe a água onde labuta
A mesma que passa entre suas coxas
lindas e arredondadas
Tem cintura que parece um cavaquinho
Seios firmes esculturados
Nádegas que parecem um abil
Seus olhos...
Ah... seus olhos,
são negros, negros jabuticabas
Nem pretos, nem castanhos.
Seus cabelos compridos e negros
que parecem panos de luto
E seus lábios...
Ah... seus lábios...
Lábios que seriam meus
se esta nau, tão cedo não partisse...
Lábios que desbravei,
coxas que contemplei,
corpo que não me apropriei.
Na alheita de bombordo,
No talarbardão de vante,
sigo o horizonte,
sonhando com dias por vir,
na vida deste jovem viajante
Que mesmo em terras distante
leva Rosa em seu semblante,
Na minha saudade
toda atracação
é no porto do rio da piaba,
e toda desatracação
é para meu porto da saudade,
pois hoje sei,
que o homem sempre volta
e sonha com a liberdade
de poder voltar..
“ Mário Chacal”
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